Nascida em São Miguel dos Campos, Alagoas, Ana Paula Rocha Lins, Mestra da Taieira Nair da Bertina, é a mais nova patrimônio vivo de Alagoas.
Uma bancada avaliou os quesitos necessários, levando em consideração o tempo de residência no Estado de Alagoas, o período de participação em atividades culturais, a capacitação para transmitir seus conhecimentos ou suas técnicas à sociedade, a relevância do trabalho desenvolvido em prol da cultura alagoana e a idade do candidato.
Responsáveis por guardar e passar adiante os conhecimentos tradicionais, o Registro do Patrimônio Vivo é uma maneira de preservar a cultura do Estado nas áreas de danças, folguedos, literatura, gastronomia, música, teatro, artesanato, dentre outras manifestações culturais.
Ela passará a receber uma bolsa de incentivo vitalícia de um salário mínimo e meio, visando à manutenção dos grupos e o repasse dos conhecimentos.
Sua carreira artística foi iniciada ainda quando era criança. Em 2001, passou a trabalhar como mentora de Arte e Cultura no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), onde conheceu o folguedo Taieira. De lá para cá, foram anos de muito trabalho em prol da cultura miguelense, alcançando o título de Mestra da Taieira Nair da Bertina e o mais recente título de Patrimônio Vivo de Alagoas.
O prefeito George Clemente parabenizou a Mestra pela conquista. “É motivo de orgulho e alegria! O reconhecimento pela carreira e trabalho da nossa Mestra Ana Paula Rocha. Essa é uma prova que a cultura miguelense está mais viva e valorizada do que nunca. Continuaremos preservando, apoiando e desenvolvimento a cultura em São Miguel dos Campos!”, declarou o prefeito.
A Secretaria Municipal de Cultura, que deu todo suporte e acompanhou o procedimento da nova conquista, através do secretário André Vieira, também parabenizou a Mestra Ana Paula por todo trabalho em prol da cultura miguelense e pelo reconhecimento estadual de Patrimônio Vivo.
TAIEIRA
Praticada em vários locais do Nordeste, a Taieira surgiu em São Miguel dos Campos, através da devoção de Vírgilio da Rocha Vieira, filho de Maria Rosa, uma mulher escrava, com o Barão de São Miguel, Epaminondas da Rocha Vieira.
Vírgilio era devoto de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito. Em suas andanças com seu pai, avistou este folguedo em Laranjeiras, no Estado de Sergipe, de maneira a chamar sua atenção e a do Barão. Assim, teve a intenção de trazer para São Miguel dos Campos a dança de origem africana de cunho religioso, que tanto despusera de costumes e tradições.
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