Hostilidades acontecem mesmo com acordo de cessar-fogo; EUA monitoram situação
O exército de Israel lançou uma série de ataques aéreos no sul do Líbano na noite de segunda-feira (2). Os bombardeios, que mataram pelo menos 11 pessoas, aconteceram em resposta ao ataque do grupo extremista Hezbollah, que disparou contra o território israelense pela primeira vez desde o acordo de cessar-fogo.
A trégua entrou em vigor na última semana, prevendo durar 60 dias. Pouco tempo depois, no entanto, Israel lançou mais de 50 ataques aéreos em diferentes partes do Líbano, alegando que havia detectado ameaças do Hezbollah. Agora, com o ataque do grupo do país, os militares israelenses cobraram o Líbano para garantir a trégua.
“O Estado de Israel exige que os elementos relevantes do Estado do Líbano implementem os entendimentos e impeçam a atividade hostil da organização terrorista Hezbollah em seu território”, disse as Forças de Defesa de Israel. “O Estado de Israel continua comprometido com os entendimentos alcançados sobre o cessar-fogo no Líbano”, acrescentou.
Autoridades dos Estados Unidos – que junto com a França chefiam uma comissão destinada a monitorar a adesão ao acordo – minimizaram a importância dos ataques israelenses no Líbano. Segundo o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, em grande parte, o cessar-fogo está se mantendo.
“Passamos de dezenas de ataques para um por dia, talvez dois por dia. Vamos continuar avaliando o que podemos fazer para chegar a zero”, disse Kirby.
Acordo de cessar-fogo
O cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah começou oficialmente às 23h da última terça-feira (26) (no horário de Brasília). A trégua, que deve durar 60 dias, foi elaborada com base na Resolução 1701, da Organização das Nações Unidas (ONU), que põe fim às hostilidades e cria uma “zona tampão” no Líbano – sede do Hezbollah.
No texto, fica determinado que o exército libanês e os soldados de paz da ONU serão as únicas forças armadas na Linha Azul – fronteira no sul do Líbano e norte de Israel. Também é estipulado que o Líbano desarme qualquer grupo militar não oficial no sul do país, como o Hezbollah, e que, em caso de ameaça, Israel terá o direito de responder.
A implementação do acordo será supervisionada por um comitê internacional, integrado por cinco países e liderado pelos Estados Unidos. A expectativa, até então, é que o texto sirva de base para uma trégua mais duradoura entre as partes.
SBT NEWS