Tirar um cochilo à tarde é mais benéfico do que uma hora adicional de sono durante a noite
Um novo estudo realizado na Índia sugere que passar horas extra na cama não significa muito em termos de benefícios para a saúde, se não se registar também um aumento correspondente no chamado sono de boa qualidade.
A pesquisa, divulgada no The Quarterly Journal of Economics e citada pelo site Science Alert, que envolveu 452 trabalhadores de baixo rendimento econômico ao longo de um mês em Chennai, descobriu igualmente que tirar um cochilo à tarde é mais benéfico do que uma hora adicional de sono durante a noite – pelo menos nos participantes do estudo que experienciaram um sono noturno bastante perturbado.
As medições foram feitas com ‘actigraphs’: pequenos sensores de movimento vestíveis, capazes de monitorar os ciclos do sono que estão a suscitar cada vez mais interesse entre os cientistas.
Ao fornecer informações e incentivo, proporcionando adicionalmente melhorias nos ambientes de sono doméstico, os investigadores foram capazes de fazer com que os trabalhadores dormissem em média durante quase meia hora a mais por noite – contudo, não se registaram os benefícios esperados para a saúde.
“Para nossa surpresa, essas intervenções de sono noturno não tiveram nenhum efeito positivo em nenhum dos resultados que medimos”, disse o economista Frank Schilbach, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Esses resultados incluíram cognição, produtividade, tomada de decisão e bem-estar. Em média, o número de horas de trabalho também decresceu – talvez porque mais tempo na cama significava menos tempo para trabalhar. Os voluntários foram integrados num trabalho de entrada de dados projetado exclusivamente para o estudo, onde a atenção e produtividade dos participantes poderiam ser medidas.
Esta baixa eficiência do sono parece prevenir o tipo de sono mais profundo e restaurador que pode ser tão vantajoso para a saúde em geral. Muitas pesquisas anteriores têm destacado as consequências de não dormir o suficiente todas as noites, incluindo um risco aumentado de demência.
Segundo os cientistas, estudos futuros deverão concentrar-se na qualidade do sono em vez da duração, enquanto que fatores psicológicos – como o stress e a preocupação muitas vezes enfrentados pelas famílias com rendimentos mais baixos – também deverão ser tidos em conta.
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