A Petrobras informou, nesta segunda-feira (20) que José Mauro Coelho pediu demissão do cargo de presidente da empresa .
“A nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora”, disse a companhia.
Coelho foi nomeado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro no início de abril, mas demitido menos de dois meses depois, quando o governo decidiu escolher o alto funcionário do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade, para o principal cargo da Petrobras.
Paes de Andrade, no entanto, só pode assumir depois de eleito para o conselho de administração da Petrobras, e Coelho vem se mantendo no cargo por enquanto.
Na sexta-feira, depois que a empresa anunciou que aumentaria os preços da gasolina e do diesel em suas refinarias, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu a renúncia de Coelho, dizendo que sua gestão foi “um ato de terrorismo corporativo” e acusando-o de trabalhar “sistematicamente contra o povo brasileiro”.
Bolsonaro, que enfrenta uma campanha de reeleição difícil no pleito de outubro em meio à inflação elevada impulsionada pelos preços da energia, disse que o aumento foi uma traição ao povo brasileiro e que ele e Lira conversaram sobre a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o conselho de administração da Petrobras.
Agora, quem deve ficar na presidência é Caio Mário Paes de Andrade, auxiliar do ministro Paulo Guedes no Ministério da Economia.
Bolsonaro troca presidente da Petrobras a cada aumento nos combustíveis
Antes de Coelho, outros presidentes da Petrobras após reajuste nos combustíveis.
Os dois anteriores, também demitidos, são Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna. Eles caíram pelo mesmo motivo: o descontentamento do governo com a política de preços da Petrobras, que está submetida ao critério de paridade internacional.
Veja o histórico
O primeiro a assumir o comando da estatal durante o governo do presidente Jair Bolsonaro foi o economista Roberto Castello Branco, indicado logo após as eleições de 2018.
Castello Branco foi nomeado para o cargo em janeiro de 2019 e demitido em fevereiro do ano passado pelo presidente, que alegou estar insatisfeito com os reajustes nos preços de combustíveis durante a gestão do economista.
O nome indicado para substituir Castello Branco foi o general Joaquim Silva e Luna. O militar tomou posse do cargo em abril de 2021 e permaneceu no posto até março deste ano. O general permaneceu 343 dias no cargo.
Ele foi demitido em abril deste ano por ter seguido a lógica de mercado para definição dos preços. Após a saída de Silva e Luna, o governo chegou a indicar os nomes do economista Adriano Pires e do empresário Rodolfo Landim para assumir o comando da estatal, no entanto, ambos informaram que não poderiam assumir os postos.
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