Jesse Stoltenberg acredita que o apoio da aliança militar é importante para a resistência ucraniana
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jesse Stoltenberg, informou neste domingo (19) que a guerra na Ucrânia, iniciada em 24 fevereiro deste ano pela Rússia, pode durar anos. As informações são da Reuters.
Ainda de acordo com Stoltenberg, fornecer armamentos às tropas ucranianas podem aumentar as chances de libertar a região do Donbass (Donetsk e Luhansk) que há anos sofre com um conflito separatista apoiado por Moscou.
Depois que a tentativa de dominar a capital Kiev, as tropas russas focaram na região Leste da Ucrânia. “Precisamos nos preparar para o fato de que [a guerra] pode levar anos. Não podemos desistir de apoiar a Ucrânia. Mesmo se os custos forem altos, não apenas em apoio militar, mas também na alta dos preços de energia e alimentos”, disse o secretário-geral da Otan.
Além de Stoltenberg, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson também ofereceu um treinamento às forças ucranianas. Em visita ao país na sexta-feira (17), Johnson afirmou que o apoio do país era importante, visto que o conflito pode se arrastar por mais tempo.
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.
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